segunda-feira, 29 de setembro de 2014

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

DESPEJO ZERO EM MINAS GERAIS. Ou param os despejos ou paramos o Brasil! Nota Pública. BH, 24/09/2014.



DESPEJO ZERO EM MINAS GERAIS.
Ou param os despejos ou paramos o Brasil!
Nota Pública.

Hoje, nesta manhã, dia 24 de setembro de 2014, o povo de doze ocupações urbanas de Belo Horizonte e região metropolitana está bloqueando o trânsito em Belo Horizonte e RMBH, EM VÁRIOS PONTOS, em repúdio aos despejos em todo o Estado de Minas Gerais. São as ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, Dandara, São Lucas (do São Lucas, em BH), Nelson Mandela I (Aglomerado da Serra), Eliana Silva e Nelson Mandela II (Barreiro); Guarani Kaiowá e William Rosa (Contagem); Tomás Balduíno I (Ribeirão das Neves) e Dom Tomás Balduíno II (Betim) e bairro Nossa Senhora de Fátima (Nova Lima).
A ameaça de despejo atormenta milhares de mulheres e homens trabalhadores em nosso Estado e revelam as grandes contradições que perpassam a produção capitalista das nossas cidades. Minas Gerais convive hoje com cerca de 270 Liminares de reintegração de posse no campo e na cidade. Os despejos são formas brutais de apropriação dos territórios dos pobres pelos latifundiários e empresários, que especulam lucros exorbitantes à custa da carência habitacional e da falta de terras disponíveis para a construção de uma vida digna.
O déficit habitacional em Minas Gerais ultrapassa meio milhões de moradias – 557.000, segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro baseada em dados do Censo de 2010. Só na cidade de Belo Horizonte estima-se que esse número esteja acima de 150.000 moradias! Mais de 200.000, na RMBH. Enquanto há centenas de milhares de famílias sem-teto a especulação imobiliária, grande inimiga da Reforma Urbana, desenvolve-se cada vez mais transformando a moradia em simples mercadoria.
Diante desse quadro de injustiça estrutural, as ocupações urbanas surgem como forma de grandes parcelas sociais adquirirem o direito à moradia adequada. A moradia é ponte de acesso aos direitos como o trabalho, a saúde, a educação, o saneamento e as políticas sociais em geral. Mas não só, o território onde vivemos é também o espaço de construção de identidades coletivas e de relações sociais afetivas, de luta contra distintas formas de opressão. Somente na região metropolitana de Belo Horizonte tem-se mais de 25.000 famílias em ocupações organizadas por movimentos sociais e as chamadas “ocupações espontâneas”.
O Poder Executivo (incluindo o Estado de Minas Gerais e os municípios mineiros) não faz sua parte para solucionar o grave problema social colocado. Em Belo Horizonte foram construídas apenas 1.550 apertamentos, de apenas 40 e poucos metros quadrados, para famílias que compõe a faixa de quem ganha de 0 a 1.600,00 reais. O Governo de Minas Gerais não construiu nenhuma casa na capital e nem na RMBH nos últimos 20 anos! Lado outro, o poder público se associa às grandes empreiteiras, que financiam as campanhas eleitorais, para reproduzirem a cidade a partir da ótica do lucro na construção de grandes obras.     
Nessa lógica os despejos servem para liberação e valorização de terrenos na cidade para grandes obras públicas, empreendimentos milionários ou, simplesmente, ao bom funcionamento das lógicas da especulação imobiliária e à circulação do capital financeiro nas cidades. Para se efetivarem os despejos recorrem a formas intensas de violência física, simbólica, social e sexual. Entendem isso as mulheres negras, que passam as noites em claro temendo que policiais entrem em sua casa enquanto ela estiver sozinha; os jovens negros que vem seus companheiros exterminados pela violência urbana e policial; as mães e pais que não sabem para onde vão com seus filhos, que não podem pagar o aluguel de casa sem tirar o dinheiro do pão; as comunidades que construíram com suor e sonhos os territórios onde vivem e que temem ver esse território, com suas hortas e espaços comunitários, desestruturados em nome de modos elitistas e autoritários de produção das cidades.
     O Poder Judiciário ao invés de fazer valer a Constituição da República, que prevê respeito à dignidade da pessoa humana como fundamento da República e o direito à moradia como direito social, profere decisões que priorizam a especulação imobiliária e a propriedade como direito absoluto independentemente do cumprimento de sua função social. Desconsideram a nova ordem jurídica urbanística instalada no país, os tratados internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário e priorizam um título de propriedade em detrimento do direito de milhares de famílias viverem com dignidade.
Por todo o exposto, os Movimentos Sociais Populares de Minas Gerais e as ocupações urbanas vem a público manifestar que:
1)   Condenamos os despejos, pois eles desestruturam a vida individual e coletiva das populações, aumentando a segregação urbana e violando o direito essencial à moradia!
2)   Condenamos os despejos, pois eles servem a uma lógica social injusta baseada na supremacia de uma elite branca, masculina e proprietária sobre as grandes maiorias do nosso país!
Por isso declaramos que NÃO ACEITAREMOS MAIS REMOÇÕES INJUSTAS E VIOLENTAS. Exigimos DESPEJO ZERO EM MINAS GERAIS!
Os Movimentos Sociais Populares organizados, as ocupações urbanas e a sociedade civil não admitirão mais despejos forçados no Estado de Minas Gerais! Se o Estado e seu aparato repressivo forem utilizados contra o povo pobre das ocupações responderemos com TRANCAMENTOS PERÍODICOS da cidade como forma de pressionar os governos a respeitarem o povo que constrói cotidianamente as cidades, mas que contraditoriamente não tem acesso a ela, sendo alijados de direitos essenciais como à moradia digna. Ou param os despejos ou paramos a cidade! Despejo sem reassentamento prévio é inadmissível!
COLETIVA DE IMPRENSA:
Está sendo convocada coletiva de imprensa para hoje, quarta-feira, 24 de setembro de 2014, na escadaria do Palácio da Justiça do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Avenida Afonso Pena, N°1.420), às 16:00h, com  lideranças de todas as ocupações urbanas  e os representantes dos movimentos sociais listados abaixo.
PLENÁRIA COM OS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO de Minas Gerais:
Está sendo convocada plenária geral com todos os partidos e candidatos ao Governo do Estado de Minas Gerais, para esta quinta-feira, dia 25 de setembro de 2014, às 19:00h, no salão da Igreja São José (R. Tupis, N° 164, Centro), para apresentação da Carta Compromisso e entorno do Pacto Social Despejo Zero em Minas Gerais.  
Belo Horizonte, 24 de setembro de 2014.

Pontos já bloqueados:
1)   Av. Selestino Balesteiro, em Contagem;
2)   Estrada de acesso a Ribeirão das Neves;
3)   Av. Antônio Carlos, na altura da UFMG;
4)   Praça São Vicente;
5)   Av. Cristiano Machado, Linha Verde, na altura do Hospital Risoleta Neves;
6)   Estação Diamante, no Barreiro;
7)   Outros pontos poderão ser bloqueados ainda.

Periferia ocupa a cidade: Reforma Urbana de Verdade!
Todo Poder ao Povo!

Assinam essa Nota Pública:
Brigadas Populares-MG / Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) / Comissão Pastoral de Terra (CPT) e Luta Popular
Coordenações das Ocupações:
Rosa Leão, Esperança, Vitória, Dandara, São Lucas, Nelson Mandela I (Aglomerado da Serra), Eliana Silva e Nelson Mandela II (Barreiro); Guarani Kaiowá e William Rosa (Contagem). Tomás Balduíno I (Ribeirão das Neves) e Dom Tomás Balduíno II (Betim). E bairro Nossa Senhora de Fátima (Nova Lima).

Contatos para maiores informações:
Com Poliana (cel. 31 9523 0701), com Leonardo (cel.: 91330983), com Rafael Bittencourt (cel.: 31 9469 7400) ), com Charlene (cel.: 31 9338 1217 ou 31 8500 3489), com Edna (cel.: 31 9946 2317), com Elielma (cel.: 31 9343 9696), com Lacerda Amorim (cel.: 31 9708 4830).

Maiores informações também nos blogs das Ocupações, abaixo:

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Depoimento de frei Gilvander em Audiência Pública na ALMG em defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, dia 13/08/2013.



Depoimento de frei Gilvander em Audiência Pública na ALMG em defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, dia 13/08/2013.
Bom dia. Espero que todo esse terrorismo seja transformado em um domingo de Páscoa e de ressurreição, sem termos de passar pela sexta-feira da Paixão na grande Belo Horizonte. Obrigado de coração aos deputados Durval Ângelo e Rogério Correia, que não medem esforços para defender os pobres. Deixo aqui nossa eterna gratidão às defensoras públicas do setor de Direitos Humanos e às queridas promotoras do Ministério Público da área de Direitos Humanos que, sem dormir, estão sendo anjas humanas e defendendo as famílias das Ocupações do Isidoro durante 24 horas. Serei muito breve e quero começar fazendo alguns pedidos.
Estão chegando alguns ônibus das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. O povo está atrasado porque ficaram acordados durante toda a noite em vigília se preparando para resistir aos despejos. Muitas pessoas não querem sair das ocupações, porque sabem que a liminar concedida pelo juiz da Vara da Infância pode quebrar e cair a qualquer momento. Não saem das ocupações, porque não aceitarão serem despejadas.
Primeiro pedido: do fundo do meu coração e em nome da vida de 24 mil pessoas, das 8 mil famílias, 70% mulheres e crianças, peço à desembargadora Selma Marques, da 9ª Câmara Cível – a liminar poderá ser derrubada por ela -, para, pelo amor de Deus, não derrubar a liminar do juiz da Infância, porque, com isso, vai autorizar um massacre de proporção inimaginável. (Quatro horas após esse pedido ser veiculado pela TV Assembleia para todas as cidades de Minas Gerais, a Des. Selma derrubou a Liminar. Nosso pedido não foi ouvido.) Peço ao Alberto Pinto Coelho, governador de Minas Gerais, que repense e suspenda, pelo menos provisoriamente, por um mês, como pedimos, para abrir processo de negociação e voltar atrás na assinatura que deu autorizando a polícia a ir fazer os despejos. Peço ao Dr. Pedro Bittencourt, presidente do TJMG, pela responsabilidade que tem, que mantenha a liminar e, caso ela caia, que determine a suspensão desse processo judicial e espere a Ação Civil Pública do MP/MG correr e o processo de negociação acontecer. Peço a todas as autoridades, aos empresários da Granja Werneck e aos outros empresários que tenham bom senso. Vamos dialogar. Os movimentos sociais e as ocupações apresentaram concretamente quatro propostas muito sensatas. Estamos abertos à negociação justa e sensata. Peço ao governo federal sensatez. Queria fazer um pedido específico ao governo federal e ao presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). O Dr. Bruno Renato Teixeira, ouvidor Nacional de Direitos Humanos, do governo federal, está aqui hoje e me deu uma informação que estamos buscando há quatro meses. A prefeitura não nos informa, ninguém nos informa, nem o governo federal, e o Dr. Bruno me disse hoje que a CEF já assinou o projeto de construção dos prediozinhos, com quase 9 mil cubículos, ressalvando que os despejos serão feitos até 30 de agosto. Em nome da vida, pedimos que a presidência da CEF, a presidente Dilma ou outra pessoa do governo federal suspenda essa assinatura e participe, com firmeza, do processo de negociação. Peço aos militares, aos soldados, que também são pessoas trabalhadoras, humanas, com filhos, crianças, que não participem dessa operação de guerra. Peço ajuda ao Ministério Público Federal, considerando que agora há participação da CEF.
Apresentamos quatro propostas. Não é verdade o que está sendo divulgado pelo site do Tribunal de Justiça de MG, que os movimentos sociais e as ocupações não estão abertas ao diálogo; estão sim. Estamos clamando e pedindo diálogo, negociação, mediação durante todo o tempo, por 24 horas. Como prova disso, apresentamos quatro propostas. Primeira: suspensão do despejo por 30 dias e que seja feito o cadastro socioeconômico ou que se reconheça o cadastro que o Centro Universitário UNA está fazendo lá. Segunda: as ocupações estão dispostas a diminuir o território e a entregar áreas menos adensadas. Terceira: as ocupações assumem o compromisso de diminuir os lotes, de modo que, em apenas um lote, sejam acomodadas duas ou três famílias. Quarta: que os prefeitos de Belo Horizonte e de Santa Luzia apresentem terrenos e elaborem projetos em parceria com os movimentos sociais e entidades, por meio do Minha Casa, Minha Vida. Quando as moradias forem construídas, as famílias irão se dispor a sair das 2.500 casas que construíram com o seu suor. A maior parte dos moradores está endividada por isso. Estamos abertos ao diálogo, sim, e clamando, pelo amor de Deus.
No pouco tempo que me resta, gostaria de fazer um comentário a respeito de algo que me doeu muito. Ontem, por meio do celular, uma pessoa leu para mim uma nota de esclarecimento que está no site do TJMG. Infelizmente nela há muitas mentiras, e, na prática, assumem a postura e o discurso da Prefeitura de Belo Horizonte, como se esta fosse correta. Vou comentar algumas questões. O título da nota diz que a Justiça desenvolve trabalho pacífico para a reintegração de posse da região de Isidoro. Estão propondo o que chamam de despejo humanizado. O que eles propõem é inviável. Não há apenas indícios, mas evidências de que é impossível ocorrer despejo pacífico. Se fosse em ocupações com 50, 100 ou 200 famílias, poderia até, com esforço muito grande, ser viável despejo pacífico. A nota diz que será feita com respeito aos direitos humanos, com observância dos direitos fundamentais constitucionais. Impossível, nesse conflito, com os milhares de policiais que lá estarão e as 8 mil famílias, ou seja, com o envolvimento de mais de 20 mil pessoas. Pergunto: estarão lá os 130 desembargadores para acompanhar isso?
Há também outra mentira, dizendo do trabalho de retirada de 2.500 pessoas. Dr. Pedro Bittencourt, não são 2.500 pessoas, mas mais de 20 mil, são 8 mil famílias. No cadastro parcial e tendencioso da Urbel, que é covarde, consta apenas cerca de 2.502 famílias.
Diz a nota do TJMG: “Os pertences dos ocupantes serão transportados com a devida identificação”. Pergunto: milhares de policiais ficarão lá, durante três ou quatro meses, para viabilizar esse transporte, com a devida identificação?
Diz a Nota do TJMG: “Haverá acompanhamento psicológico no local”. Pergunto: e depois? Quando o povo estiver na rua ou na desgraça social, vai haver acompanhamento psicológico?
Diz a Nota do TJMG: “Que sejam encaminhados aos programas sociais oferecidos pelos governos federal, estadual e municipal”. Não existem esses programas, é ilusão. Muitas pessoas das ocupações estão inscritas em programas, como o Minha Casa, Minha Vida e estão esperando, esperando. Isso é triste.
Diz a Nota do TJMG: “Devem ser cumpridos os requisitos legais”. O Conselho Municipal de Habitação de Belo Horizonte empurrou goela abaixo e mudou o prazo de dois anos para cinco anos. As famílias têm de comprovar que residem ali cinco anos, senão serão excluídas. Não basta cumprir os requisitos legais, covardes, injustos, anti-humanos.
Diz a Nota do TJMG: “Toda operação será filmada e fotografada”. Pergunto ao presidente do Tribunal: estarão lá mais de mil fotógrafos para filmar as 8 mil famílias, tudo? Impossível filmar tudo. Quando começar o confronto, os jornalistas vão correr risco e, logicamente, fugir.
O álibi para tentar justiçar os despejos é a construção de cerca de “70 mil moradias”. Caro presidente do Tribunal, o que consta do projeto são prediozinhos de cinco andares, sem elevador, com cerca de apertamentos de 40 e poucos m². Há um laudo dizendo que as famílias não aguentam ficar nesses apertamentos mais de um, dois ou três anos. Então não são moradias dignas.
Outro absurdo que está na Nota do TJMG e que faz doer o meu coração é dizer que o município, o Estado e a União demonstraram interesse em solucionar a questão. Como o deputado Durval Ângelo disse, o governo federal, sim, mas a Prefeitura de Belo Horizonte tem sido intransigente, covarde e insensível aos clamores de milhares de famílias empobrecidas. Negociamos mais de oito meses, mas representantes da prefeitura de BH foi apenas nas duas últimas reuniões.
A fila não anda, quem está na fila fica esperando. Então todos vão morrer sem moradia?
Diz a Nota do TJMG: “Eles não se mobilizaram no sentido de efetivá-lo”. Mobilizamos, sim. Estamos clamando o tempo todo, mas somos humanos, e, sob pressão constante de despejo, as lideranças dos movimentos sociais ficam constrangidas de ficar o tempo todo só lutando para evitar o despejo.
Diz a Nota do TJMG: “Foi determinado e realizado o cadastro das famílias de forma detalhada”. Mentira. Foram cadastradas apenas pouco mais de 2.500 famílias, ficando de fora mais de a maior parte das famílias.
Diz a Nota da TJMG: “Houve presença de representantes da Prefeitura de Belo Horizonte em todas as reuniões” de negociação. Mentira, apenas nas duas últimas.

13 motivos para reeleger Dilma. Por Frei Betto, com concordância de frei Gilvander. BH, 12/09/2014.



13 motivos para reeleger Dilma
Por Frei Betto,
Frei Gilvander: “Concordo com o frei Betto no que é apresentado, abaixo.”
Votarei para que a nossa diplomacia permaneça independente, aliada às causas justas, sem tirar os sapatos nas alfândegas usamericanas e endossar o terrorismo bélico dos EUA, que dissemina lágrimas e sofrimentos em tantas regiões do planeta.
1. Apesar das mazelas e contradições do PT e do atual governo, votarei em Dilma para que se aprimorem as políticas sociais que, nos últimos 12 anos, tiraram da miséria 36 milhões de brasileiros.
2. Votarei para que o Brasil prossiga independente e soberano, livre das ingerências do FMI e do Banco Mundial, distante dos ditames da União Europeia e crítico às ações imperialistas dos EUA.
3. Votarei pela integração latino-americana e caribenha; pelo solidário apoio aos governos de Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Uruguai; pela autonomia da CELAC e do Mercosul.
4. Votarei pelo respeito ao direito constitucional de greves e manifestações públicas, sem criminalização dos movimentos sociais e de seus líderes.
5. Votarei pela Política Nacional de Participação Social; pela manutenção de cotas em universidades; pelo Enem, o Pronatec e o ProUni; e pelo aumento do percentual do PIB aplicado em educação.
6. Votarei a favor do Programa Mais Médicos que, graças à sua ação preventiva, fez decrescer a mortalidade infantil para 15,7 em cada 1.000 nascidos vivos.
7. Votarei pelo crédito facilitado e o reajuste anual do salário mínimo, de modo a ampliar o poder aquisitivo das famílias brasileiras, a ponto de viagens aéreas deixarem de ser um luxo das classes abastadas.
8. Votarei para que o trabalho escravo em fazendas do agronegócio seja severamente punido e tais propriedades confiscadas em prol da reforma agrária.
9. Votarei para que a Polícia Federal prossiga apartidária, efetuando prisões até mesmo de membros do governo, combatendo o narcotráfico, o contrabando e a atividade nefasta dos doleiros.
10. Votarei para que a inflação seja mantida sob controle e, no Brasil, o crescimento do IDH seja considerado mais importante que o do PIB. Se nosso PIB cresce pouco, nosso IDH é o segundo do mundo, atrás apenas dos EUA, se considerarmos o tamanho da população.
11. Votarei para que a nossa diplomacia permaneça independente, aliada às causas justas, sem tirar os sapatos nas alfândegas usamericanas e endossar o terrorismo bélico dos EUA, que dissemina lagrimas e sofrimentos em tantas regiões do planeta.
12. Votarei pela preservação do Marco Zero da internet, sem ingerência das gigantes de telecomunicações, interessadas em mercantilizar as redes sociais e manter controle sobre a comunicação digital.
13. Votarei, enfim, por um Brasil melhor, mesmo sabendo que o atual governo é contraditório e incapaz de promover reformas de estruturas e punir os responsáveis pelos crimes da ditadura militar. Porém, temo o retrocesso e, na atual conjuntura, não troco o conhecido pelo desconhecido.

Frei Betto é escritor, autor de "O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.

Obs.: Eu, frei Gilvander Moreira, comungando com os 13 pontos apresentados pelo frei Betto, votarei:
a)   Para Presidenta, em Dilma, n. 13;
b)  Para Governador de MG, em Fidelis, n. 50;
c)   Para dep. Estadual em MG, Adriano Ventura (PT), n. 13.012;
d)  Para dep. Federal em MG, Padre João, n. 1315;
e)   Para senador em Pablo Lima, do PCB, n. 210.

Além desses candidatos, acima citados, respeito e sugiro voto também em:
a)   Maria Consolação, para dep. Fed. em MG, pelo PSOL, n. 5050;
b)  Rogério Correia, para dep. Estadual, em MG, PT, n. 13.123;
c)   Fernando Pimentel, para Governador de MG, n. 13.

Como fiz opção pelos pobres e tenho consciência de classe trabalhadora, não posso votar e nem defender Aécio Neves para presidente, pois seria colocar o Brasil como quase colônia do imperialismo das transnacionais e do desgoverno dos Estados Unidos. Marina da Silva nem pensar, pois é um poço de contradições, de ambiguidades e incoerências. Por exemplo, Marina escreveu artigo defendendo o meio ambiente e se posicionando contra a Transposição do Rio São Francisco, mas foi só se tornar Ministra do Meio Ambiente liberou o licenciamento para iniciar a estúpida obra faraônica da Transposição do Rio São Francisco. Marina está traindo a herança profética e política do grande Chico Mendes, que nunca foi elite, mas foi assassinado pela elite. Com Marina Silva o fundamentalismo e o moralismo religioso seriam alimentados. Basta de homofobia e de fundamentalismos religiosos e etc. Um governo Marina Silva seria muito temerário...
Penso que com Dilma, se fortalecermos a Política das Ruas, da organização popular, da luta de baixo para cima, fazendo pressão “debaixo da panela que está fervendo”, poderemos evitar perdas de muitos direitos sociais e, quem sabe, construirmos um pouco de justiça social, justiça ambiental, justiça agrária e direitos fundamentais no Brasil.
Mas a Política que realmente faz a diferença é a Política da luta dos pobres que lutam de forma organizada e coletiva. À política partidária e às eleições devemos dedicar apenas 5% do nosso tempo e das nossas energias. 95% do nosso tempo e das nossas energias devem ser dedicadas à Política da luta dos pobres por emancipação e pelos seus direitos fundamentais. O partido principal é o Partido dos oprimidos, o dos injustiçados. Sigamos sempre à esquerda, pois a esquerda não é santa, mas é melhor do que a direita.

Abraço na luta. 
Frei Gilvander Moreira, em BH, 12/09/2014.