sábado, 4 de outubro de 2014

Carta dos povos e movimentos sociais da América Latina, Europa e África contra o despejo das Ocupações da região do Isidoro, em Belo Horizonte.



Carta dos povos e movimentos sociais da América Latina, Europa e África contra o despejo das Ocupações da região do Isidoro, em Belo Horizonte.
Lima, Peru, 27/09/2014.
Nós, movimentos sociais e povos da América Latina, Europa e África, reunidos no “V Diálogos de saberes y movimientos – ¿crisis capitalista? Y alternativas emancipatorias: sembrando Buenos vivires desde los movimientos”, em Lima, no Peru, condenamos os despejos forçados de comunidades e povos no campo e na cidade e por isso somos solidários com as 8.000 famílias das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória localizadas na região do Isidoro, em Belo Horizonte – Brasil.
Os despejos são formas brutais de apropriação dos territórios dos pobres pelos latifundiários e empresários, que especulam lucros exorbitantes a custas da carência habitacional e da falta de terras disponíveis para a construção de uma vida digna. Em decorrência de uma lógica de apropriação e violência, cujas raízes remetem ao período de colonização de nossos povos, as ocupações do Isidoro vivem hoje sob a ameaça iminente de um despejo que desalojara de forma violenta 8.000 famílias.
O histórico de despejos ocorridos em diferentes estados brasileiros nos últimos anos torna temerário o cenário de reintegração de posse das terras onde se encontram tais ocupações. Há uma grande preocupação de que normas nacionais e internacionais, que garantem uma série de direitos e proteção às famílias do Isidoro, sejam desrespeitadas; além de desalojamento forçado e violento, o qual atenta contra a vida dos moradores, entre os quais há um grande número de mulheres, crianças e idosos.
Condenamos os despejos, pois eles desestruturam a vida individual e coletiva das populações, aumentando a segregação urbana e violando o direito essencial à moradia!
Condenamos os despejos, pois eles servem a uma lógica social injusta baseada na supremacia de uma elite branca, masculina e proprietária sobre as grandes maiorias oprimidas!
Nós viemos por meio deste manifesto solicitar às autoridades responsáveis que prezem pelo direito fundamental à vida, à moradia, à dignidade humana e à segurança. A especulação imobiliária não pode se sobrepor aos direitos humanos das famílias que fizeram do Isidoro o seu abrigo e a sua comunidade. Exigimos que os poderes judiciário e executivo observem o direito das populações pobres, que não devem ser criminalizadas e/ou punidas por materializarem o seu direito fundamental à moradia, inviabilizado por um histórico político e econômico de beneficiamento de especuladores.
Globalizemos a resistência! Globalizemos a esperança!











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